Brad Pitt : "Por que as casas para pessoas pobres precisam ser de má qualidade e construídas com materiais tóxicos?"

Brad Pitt (61 anos) denuncia a falta de qualidade nas moradias para pessoas de baixa renda.

Um dos momentos mais marcantes da história dos Estados Unidos ocorreu em 23 de agosto de 2005, quando o furacão Katrina passou pela costa da Flórida e devastou grande parte do sudeste do país. Esse desastre natural é considerado um dos maiores da história da América do Norte, provocando 1.833 mortes e inúmeros prejuízos econômicos, incluindo a perda das casas de milhares de cidadãos.

Diante de uma situação tão extrema, dezenas de artistas decidiram ajudar os afetados. Um deles foi Brad Pitt (61 anos), que criou sua própria organização sem fins lucrativos, a Make It Right, com o objetivo de ajudar a população da cidade de Nova Orleans (Louisiana) a reconstruir seus lares. Quando deu início ao projeto, o ator se deparou com um grande problema: a baixa qualidade e a escolha inadequada dos materiais usados nas construções das moradias.

Brad Pitt: "Chega de construir como antes"

Brad Pitt financiou a construção de 150 casas.

"Por que as casas para pessoas pobres precisam ser de má qualidade e construídas com materiais tóxicos?" Foi essa a pergunta retórica que Brad Pitt fez à revista norte-americana Parade ao relatar a realidade que encontrou após a passagem do Katrina.

Pitt viajou até Nova Orleans para conhecer de perto os desafios enfrentados pela cidade na reconstrução das casas de seus moradores. O ator chegou a financiar até 150 moradias para pessoas que haviam sofrido as maiores perdas com a catástrofe, apostando na arquitetura ecológica e sustentável. O principal material usado nas construções foi a madeira, e diversos sistemas de energia renovável, como painéis solares, foram implantados para tornar os edifícios mais sustentáveis e respeitosos com o meio ambiente.

As casas da fundação de Brad Pitt são todas sustentáveis.

As obras realizadas pela organização filantrópica de Brad Pitt somaram 26 milhões de dólares e contaram com a colaboração de grandes especialistas do setor, como o arquiteto Frank Gehry (responsável pelo Museu Guggenheim de Bilbao). Embora as construções fossem simples e acessíveis, a equipe de profissionais que acompanhava o ator se empenhou para torná-las modernas e eficientes. "Por que, quando se trata de construir casas energeticamente eficientes e com novas tecnologias, nunca se pensa nas pessoas de baixa renda? Os ricos não são os únicos donos desses avanços", denunciou Pitt, ao comentar a realidade que presenciou na Louisiana em 2005.

Com essa ação solidária, o ator norte-americano demonstrou que, por meio da filantropia, é possível inovar em design e arquitetura. Ele afirmou que seu objetivo era romper com os antigos métodos de construção — e conseguiu.

O poder transformador da arquitetura sustentável

O Bullitt Center, em Seattle (Estados Unidos), é uma referência em arquitetura sustentável.

A sustentabilidade é o que definirá o futuro da arquitetura. Nos últimos meses, a madeira se consolidou como o material de destaque para as moradias do futuro. E não apenas pelo seu valor estético e natural, mas também pelo seu uso, que é um dos mais ecológicos disponíveis.

Nos edifícios do século XXI, é possível ver como as diretrizes sustentáveis têm sido rigorosamente seguidas. Um exemplo disso é o Bullitt Center, em Seattle (Washington, EUA), projetado pelo arquiteto Denis Hayes. Seus materiais estruturais são ecológicos e o prédio conta com um sistema de captação de água da chuva, tornando-se uma construção autossuficiente.

Embora alcançar uma arquitetura 100% sustentável ainda seja um desafio complexo, é possível começar com pequenas mudanças. Em nossas casas, isso pode significar trocar materiais antigos por reciclados, substituir os sistemas energéticos por fontes renováveis e considerar as moradias pré-fabricadas como uma alternativa viável.

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A história de Brad Pitt e sua luta por moradias dignas após o Katrina é um exemplo poderoso de como a empatia, a inovação e a sustentabilidade podem caminhar juntas. Mais do que reconstruir casas, o ator ajudou a reconstruir vidas — com respeito, visão de futuro e responsabilidade social. Seu legado mostra que é possível sonhar com um mundo onde todos, independentemente da renda, tenham acesso à moradia segura, saudável e sustentável.

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